Os cientistas descobriram que a Vespa Oriental tem a habilidade única de coletar a energia solar.
Essa grande espécie de vespa tem uma estrutura especial no abdômen que armazena os raios solares, e um pigmento especial que coleta a energia que eles contem.
A descoberta ajuda a explicar o porque destas vespas terem uma grande listra amarela em seus corpos e o porque delas ficarem mais ativas conforme o dia fique mais quente.
Ela também muda a nossa compreensão sobre como o metabolismo dos insetos funciona.
A descoberta, noticiada no jornal Naturwissenschaften, foi teita por uma equipe de pesquisadores trabalhando em Isreal e Reino Unido, liderados pelo Dr Marian Plotkin da Universidade de Tel-Aviv.
Normalmente as vespas são mais ativas nas primeiras horas da manhã, quando elas estão mais ativas quase que o dobro de vezes do que em qualquer outra hora do dia.
As Vespas Orientais (Vespa orientalis), cujas vivem desde o Oriente próximo até a Índia, são mais ativas durante o meio-dia.
Os cientistas também observaram por um um longo período que as Vespas Orientais operárias, que cavam ninhos sob o solo, correlacionam sua atividade de escavação com a intensidade da luz solar.
Entretanto ainda não sabiam ao certo o porque destas Vespas Orientais se comportarem desta forma.
Aquecendo
Isto até que um biólogo, o falecido Professor Jacob S Ishay, ter proposto que os insetos podem ser capazes de captarem a radiação solar de algum modo.
A equipe do Dr Plotkin's testou sua hipótese e obteve resultados extraordinários.
Usando um microscópico atômico, eles examinaram a fina estrutura da cutícula da vespa, camadas duras que formam o corpo exterior do inseto, ou exoesqueleto.
A parte da cutícula colorida de marrom é feita de uma gama de canais, com um altura de apenas 160 nanômetros.
A estrutura da parte amarela do corpo da vespa é diferente.
Ela é composta por uma série de protrusões ovais, cada uma contendo uma depressão do tamanho de um furo de agulha. Cada protrusão tem apenas 50 nanômetros de altura e se interligam umas com as outras.
Testes posteriores revelaram o que fazem estas estruturas.
Essencialmente, dizem os pesquisadores, elas impedem que a luz seja refletida para além do corpo da vespa. Ao invés disso a luz é capturada, e coletada como energia.
A parte marrom do corpo do inseto tem as melhores propriedades anti-reflexivas, auxiliando a dividir qualquer luz solar que incida nela em vários raios que viajam em direções diferentes.
A mesma cutícula também contem uma segunda e fina estrutura com aparência de folhas, com uma série de folhas empilhadas umas em cima das outras, e com uma grossura decrescente de cima para baixo.
Empilhadas juntas em cada camada estão estruturas semelhantes a bastões compostas por cadeias de um polímero chamado quitina. Estes bastões estão imbuídos numa matriz proteica.
Esta estrutura intricada serve para capturar a luz dentro do cutículo, forçando-a a refletir entre diferentes camadas.
Capturando o sol
Porém a habilidade das vespas de coletar energia solar não para por aí.
Dentro deste cutículo está um pigmento que na verdade captura a energia dos raios solares.
"O pigmento melanina dá à vespa o seu tom marrom predominante. O pigmento xanthopterin, na cabeça e no abdômen na forma de listras e anéis, dá à Vespa Oriental sua cor amarelo-claro," explica o Dr Plotkin.
"O Xanthopterin funciona como uma molécula captadora de luz transformando a luz em energia elétrica."
Desta forma a habilidade da vespa em converter a luz solar poderia explicar o porque delas se tornarem ativas durante o meio-dia, quando a intensidade da luz está em seu auge.
"Nós presumimos que uma parte desta energia é transformada num processo foto-bioquímico que ajuda às vespas nas suas exaustivas atividades de escavação," contou Dr Plotkin a BBC.
As vespas energizadas por luz solar tem ainda um título único.
Até hoje, pensava-se que todos os insetos faziam o seu metabolismo em um órgão chamado de corpo gorduroso, cujo tem uma função semelhante ao fígado humano.
A maior parte do corpo gorduroso está no abdômen do inseto ao redor do intestino, onde ele pode rapidamente consumir nutrientes absorvidos, apesar de uma outra parte estar espalhada por outros locais.
"Nós descobrimos que a principal atividade metabólica na Vespa Oriental está na verdade na camada de pigmentação amarela," diz Dr. Plotkin.
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