Burocracia atrapalha e ganhador da Lamborghini não sabe como trazer o carro para o Brasil

Author: Christian Mayrink

O cearense Márcio Cid Holanda conquistou, no início de outubro, um dos maiores resultados da história do poker online no Brasil: ele venceu um field gigantesco de mais de 16 mil pessoas e ganhou uma Lamborghini Gallardo em uma promoção do PokerStars, a partir de um investimento de US$11. O modelo LP560-4 Coupe do luxuoso esportivo custa US$198 mil nos Estados Unidos. No Brasil, vale R$1,3 milhão, segundo a Platinuss, a principal importadora da Lamborghini no país. Além do carro, Márcio também ficou com US$20 mil em dinheiro.

Mas, depois da grande conquista, Márcio está enfrentando um problema: de acordo com a legislação de importação brasileira, o cearense gastaria cerca de US$200 mil (em torno de 100% de impostos sobre o valor do carro) para trazer a máquina para o país.

De acordo com as regras do “Lamborghini Freeroll”, o PokerStars se compromete a dar uma ajuda de custo de US$50 mil para o vencedor importar o veículo. Ou seja, Márcio teria de gastar cerca de US$150 mil do próprio bolso para trazer o carro. Para piorar, o regulamento diz que o automóvel não pode ser vendido em um período de 24 meses, o que forçaria o cearense a arcar com custos de manutenção do superesportivo por dois anos antes de poder vendê-lo.

No entanto, o regulamento também oferece uma opção alternativa: Márcio pode receber um prêmio de US$100 mil em barras de ouro, ao invés de importar o carro. O problema é que este prêmio é a metade do valor do Gallardo. Em entrevista ao blog da revista Alfa, Márcio Cid mostrou seu descontentamento com a situação, e disse que ainda não decidiu o que fazer.

“Já tenho um comprador que pagaria essa diferença nos impostos. O problema real é que só posso vender o carro depois de dois anos. Essa parte não consigo entender. O carro é meu ou não? Vou tentar receber a Lamborghini. Sinceramente, não sei se vou conseguir”, disse ao blog da Alfa.

“Acho um absurdo o PokerStars querer pagar somente 100 mil dólares como prêmio pelo carro, já que vale 198 mil. Mas isso está nas regras do torneio, assim como está na regra que não posso vender o carro num período de dois anos”, continuou Márcio Cid, resignado.

“Resumindo, o prêmio Lamborghini funciona só como marketing e glamour, já que é notório que jogadores de freeroll nunca irão conseguir receber um carro desse e com certeza irão preferir pegar os 100 mil dólares”, finalizou o cearense, alfinetando o PokerStars.