28 de set. de 2010

O futuro do desenvolvimento de automóveis.

Fabricantes apostam na tecnologia 'verde' para o futuro do desenvolvimentos dos veículos. A solução proposta é utilizar, na fabricação da carroceria, uma matéria prima odiada por alguns e amada por outros: Fibra de Cannabis ou, popularmente, Maconha.

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Kestrel é o mais novo protótipo de carro elétrico canadense. Compacto, além do motorista, o veículo tem espaço para três passageiros, pode atingir uma velocidade máxima de 90 km/h e deve percorrer de 40 a 160 km antes de ser recarregado, dependendo da bateria que for utilizada.

Mas, a novidade não está no fato de ele consumir eletricidade – em vez de combustíveis fósseis – para se locomover e, portanto, não emitir tantos gases de efeito estufa e nem contribuir com as mudanças climáticas. Seu grande diferencial está na estrutura, feita a partir de um compósito resistente produzido com a fibra da maconha.

De acordo com a Motive Industries, uma empresa focada no desenvolvimento de veículos com materiais e tecnologias avançados, a maconha está entre os melhores materiais para fabricação de estruturas.

Na realidade, o primeiro veículo feito com fibra de maconha foi construído por ninguém menos do que Henry Ford, há mais de um século. No entanto, os fabricantes de automóveis acabaram priorizando o aço e o material ficou esquecido.

Depois, as fibras de vidro e carbono se tornaram populares entre os carros de corrida por serem fortes e leves, ao mesmo tempo. Mas, nos dois casos, sua produção demanda a queima em fornos e vários processos químicos, ou seja, há um gasto enorme de energia e ainda emissão de gases de efeito estufa.

Por outro lado, a fibra de maconha é duas vezes mais forte do que as fibras de outras plantas, o cultivo da erva não requer muita água ou o uso de pesticidas e sua produtividade é elevada no Canadá.

O Kestrel é um dos cinco veículos elétricos que vem sendo desenvolvidos pelo Projeto Eve, uma colaboração entre diferentes empresas da indústria automobilística canadense, que desejam impulsionar o setor no país. Pelo fato de as plantações de maconha serem proibidas nos Estados Unidos, os canadenses podem levar aí alguma vantagem no mercado de carros elétricos.

Previstos para serem entregues no próximo ano, os vinte primeiros Kestrels serão produzidos por estudantes, em escolas politécnicas das cidades de Alberta, Quebec e Toronto.

Porém, montadoras maiores como a Lotus, também já apresentam seus projetos 'baseados' na solução proposta.

A Lotus anunciou uma de suas principais atrações para o Salão de Londres, que acontecerá no final de julho. Trata-se do Eco Elise, desenvolvido com foco nas novas tecnologias “verdes” que vem se tornando tendência entre os carros.

O Eco Elise pesa 32 quilos a menos do que o Elise S convencional e utiliza materiais pouco usuais no acabamento interno. Os tapetes são confeccionados em sisal, enquanto que os assentos incorporam um tipo de lã biodegradável e fibras de cânhamo.

A planta, cultivada industrialmente em East Anglia (Inglaterra), também é aproveitada em outras partes do veículo, como o spoiler, as laterais de porta e a capota rígida. No teto, o esportivo possui dois painéis solares que poupam o trabalho do motor ao fornecer energia extra para o carro.

Mike Kimberley, presidente da montadora, afirmou que o Eco Elise é uma vitrine das novidades desenvolvidas pelos engenheiros e projetistas da Lotus.

“O carro comprova a viabilidade das novas tecnologias desenvolvidas pela Lotus. Estamos empenhados em fornecer produtos éticos e ecologicamente corretos para os nossos clientes”.

Agora resta saber os efeitos colaterais quando veículos assim pegarem fogo.

Fonte: Quatro Rodas / SuperInteressante/ G1

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