Com a Copa do Mundo, aumentam as expectativas sobre a venda de televisores. Afinal, sabe-se que uma parcela considerável da população se reúne em frente à tela para acompanhar os jogos e torcer.
Conforme previsão do fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), o evento deve mais do que triplicar o número de telespectadores de TV digital no Brasil. A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) estima que, em 2009, foram vendidas nove milhões de TVs. Para este ano, a previsão é de 12 milhões de unidades, o que representa um aumento de quase 30%.
Sabe-se hoje que, para obter a máxima experiência possível, cabos e configurações fazem toda a diferença e, diante de tantas possibilidades, não é tão raro ficar frustrado com o resultado que se obtém na primeira vez em que aperta o “Power”.
Pensando na complexidade dessa questão, resolvi pesquisar sobre o assunto e trazer a maior quantidade de informação possível para quem busca a melhor experiência em vídeo. Na medida em que encontrava algumas explicações, outras dúvidas surgiam e mais assuntos surgiam com relevância, o que acabou resultando em um artigo bem maior e mais complexo do que o planejado. Toda a equipe auxiliou com suas próprias dúvidas em relação ao assunto e, para esclarecer alguns pontos, contamos com a colaboração de João Paulo Oliveira, gerente de vendas da Audio System, que trabalha com a venda de equipamentos de som e vídeo, bem como na montagem de ambientes.
Há quem não se importe tanto com cores e níveis de contraste, desde que consigam uma imagem razoável e sem interferências. Outros são tão atentos que percorrem os cenários com os olhos em busca de imperfeições e baixos contrastes. Este artigo tratará, portanto, de aspectos relacionados à qualidade de imagem. Sabemos que o áudio também é uma parte importante da experiência, mas também é um assunto complexo, que pode ser, inclusive, foco de um artigo futuro mais aprofundado.
A percepção de uma imagem é algo muito pessoal. Portanto, não leia este artigo procurando uma verdade absoluta. Mas, caso queira ter um ponto de partida para guiar seus passos nessa nova era... seja bem vindo à alta definição!
Velha conhecida dos lares, a televisão de tubo de raios catódicos, ou CRT, da sigla em inglês Cathodic Ray Tube, ainda é a companheira de muitas famílias. Dentro delas, há um tubo de vidro em vácuo com um terminal negativo (cátodo), que, quando aquecido, é capaz de emitir elétrons. No mesmo aparelho há um outro terminal, positivo (ânodo), responsável por atrair aqueles elétrons emitidos pelo cátodo.
Bobinas de cobre criam um campo eletromagnético que orienta a condução desses feixes de elétrons ao longo do tubo até varrerem a tela propriamente dita, vertical e horizontalmente, estimulando os pontos de fósforo dispostos em uma camada interna. O fósforo consegue emitir luz quando estimulado e, a através da emissão de três feixes distintos de elétrons (correspondentes às cores vermelho, verde e azul), o resultado é a imagem colorida visível no aparelho.
Esses equipamentos tradicionais apresentam 480 linhas no padrão 4:3. Comumente, diz-se que a resolução dessas TVs é de 640x480 pixels, ou seja, são bastante limitadas. Plugando um console de alta definição ou um player Blu-Ray a um televisor CRT, o ganho em qualidade será mínimo devido a essa limitação. Podem-se notar os granulados da imagem porque os pixels ficam muito visíveis.
E como fica a TV de tubo com a transmissão digital? Por enquanto, ainda existe a transmissão do sinal analógico, que deve perdurar até 2013. Depois disso, quem não quiser aposentar a TV CRT terá de adquirir um conversor digital, um aparelhinho que consegue transformar o sinal digital em analógico, podendo, assim, ser exibido pela televisão. Porém, a resolução não muda. A vantagem é ficar livre de incômodos como fantasmas e chuviscos. No entanto, a transmissão digital também pode ter as suas falhas. Nesse caso, a imagem pode ficar congelada ou quadriculada, embora o áudio permaneça inalterado. Essa é a limitação da transmissão digital: ou a imagem existe, ou não. Na analógica, a transmissão continua: com interferências, chuviscos e má qualidade, mas o vídeo prossegue em execução.
Nas gerações passadas, não havia muito com o que se preocupar na hora de ligar um videogame, videocassete ou DVD. Bastava plugar um cabo analógico de vídeo composto RCA – sigla para Radio Corporation of America, empresa que, nos anos 40, introduziu esse modelo para conectar tocadores em amplificadores - e pronto, a diversão era garantida. A versão básica, que todos conhecem, é a com três cores: o amarelo para transmitir o sinal de vídeo, branco para o áudio no canal esquerdo ou mono e vermelho para o canal direito do som estéreo.
Porém, existem variações, mais específicas para uso em sistemas de som surround. Nesse caso, há mais cores que transmitem mais canais de áudio. O verde fica responsável pelo som central, azul fica com o canal esquerdo, cinza com o direito, marrom transmite o canal traseiro esquerdo e bege, o traseiro direito.
Uma desvantagem desse padrão é uma certa perda de qualidade. Isso porque o vídeo analógico é composto por três sinais diferentes e, nesse caso, precisa ser comprimido em um único sinal para ser transmitido através do plug.
Para superar esse obstáculo é que existe o conector de vídeo componente. Também é formado por três plugs, porém, cada um fica responsável pela transmissão de um sinal, evitando que pequenas degradações, ocorridas no processo de compressão para um único sinal, interfiram na qualidade do vídeo. Basicamente, cada um dos plugs é responsável por um componente da imagem. O primeiro diz respeito à luminância. Os outros, referem-se à diferença entre ela e as cores azul e vermelho. Isso porque o olho humano é bastante eficiente em identificar três cores primárias: verde, azul e vermelho. Portanto, o televisor só precisa lidar com essas três cores, alternando suas intensidades para criar uma imagem perfeita para quem visualiza.
A desvantagem é que esse tipo de conector não transmite sinal de áudio. Nada que não possa ser resolvido com outro cabo, específico para isso. Porém, muitos preferem a praticidade do cabo RCA: um plug no vídeo e dois no áudio, simples assim. Pois bem, existe ainda outra alternativa: o S-Video. Apesar de ser tecnicamente inferior ao vídeo componente, esse conector também carrega quatro sinais de vídeo: um de luminância e três para as cores, porém, contidos em um cabo único, na forma de “micro-cabos”. Dessa forma, a degradação da imagem também é menor do que a resultante do uso do cabo RCA.
Resumindo, porém, se puder optar pelo cabo de vídeo componente, não pense duas vezes. É a melhor alternativa para quem possui uma TV analógica reproduzir vídeos em DVD e aproveitar os games, já que possui conectores mais espessos, transmitindo imagens em qualidade superior à do S-Video.
Não faz muito tempo que os televisores de plasma começaram a invadir as vitrines de lojas de eletroeletrônicos, enchendo os olhos das pessoas com imagens realistas e cheias de cor em telas enormes. As dimensões são justamente a grande inovação proposta pelas televisões de plasma. Nas CRTs, na medida em que o aparelho cresce em polegadas, precisa aumentar também o tamanho do tubo. Isso resulta em aparelhos robustos e com grande profundidade, o que torna inviável colocar um televisor de 42 polegadas na sala, por exemplo. Isso se tornou possível com os televisores de plasma, que podem ter mais de 50 polegadas mantendo uma espessura em torno dos 15cm.
A história dessa tecnologia remete a mais de 40 atrás, mais precisamente ao ano de 1964, quando os professores Donald Bitzer e Gene Slottow, da Universidade de Illinois (EUA) criaram o primeiro protótipo de um monitor com tela de plasma. Em julho daquele ano, a equipe desenvolveu o primeiro painel de plasma, com uma única célula e monocromático. Porém, a produção de televisões de plasma como conhecemos hoje, com milhões de células, só se tornou viável muito tempo depois, com o advento das tecnologias digitais, inclusive de transmissão.
O plasma propriamente dito é um gás ionizado, ou seja, com uma pequena diferença entre íons positivos e íons negativos, de forma que sua carga final não seja neutra como nos gases normais. Dessa forma, o plasma apresenta-se como um gás capaz de conduzir eletricidade.
Para formar a imagem, resumidamente, dois eletrodos carregados com voltagens diferentes fazem com que as partículas negativas corram para a área positiva e vice-versa. Durante essa corrida, as partículas constantemente sofrem colisões, que estimulam os átomos do plasma a liberarem energia na forma de fótons, ou seja, luz.
Essa luz liberada a princípio é, no entanto, ultravioleta, portanto, invisível ao olho humano. É aqui que entra, novamente, o fósforo, assim como nas TVs CRT. Os fótons ultravioletas liberados interagem com o fósforo que reveste a parede interna do aparelho. Dessa forma, cada elétron do fósforo passa para um nível mais alto de energia. Posteriormente, a partícula volta ao normal. É aí que ela libera energia na forma de luz visível e colorida. Cada pixel da televisão é dividido em três subpixels correspondentes às cores primárias. Relembrando: azul, verde e vermelho. O resto, então, não fica difícil de concluir: através da mistura das luzes emitidas nessas três cores, o televisor de plasma forma a imagem como todos conhecem.
A tecnologia LCD também começou a ser pesquisada nos anos 60. Foi entre 1964 e 1968, no Centro de Pesquisas da RCA em Princeton, Nova Jersey (EUA), que uma equipe de engenheiros e cientistas liderada por George Heilmeier com Louis Zanoni e Lucian Barton descobriu que, ao aplicar uma carga elétrica no cristal líquido, pode-se direcionar o caminho da luz que passa por ele, já que ocorre uma alteração no alinhamento molecular. Assim, a equipe demonstrou o primeiro display LCD, que foi aperfeiçoado, no final da década, por James Fergason, da Universidade Estadual de Kent, em Ohio (EUA).
E como isso é possível? É de comum conhecimento que existem três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. As moléculas dos sólidos sempre mantêm sua orientação e posição em relação às outras, enquanto nos líquidos, elas podem se mover para qualquer lugar e mudar sua orientação. Porém, essa classificação é simplória e não são todas as substâncias que se comportam sempre dessa maneira. E um bom exemplo disso são justamente os cristais líquidos.
Esses cristais existem em um estado peculiar, no qual suas moléculas tendem a manter sua orientação, assim como nos sólidos. Porém, podem se mover para outras posições, como ocorre nos líquidos.
Vale lembrar que a tecnologia é usada nas mais variadas aplicações, desde as mais simples, como displays de calculadoras e relógios, até as mais modernas, onde se incluem os monitores e televisores de alta definição.
Diferentemente da TV de plasma, o LCD não tem luz própria. Imagine os displays menores e mais simples, como o de uma calculadora, por exemplo. Normalmente, a telinha é escura e não acende, sendo assim, classificadas como refletivas.
Os monitores e TVs LCD precisam de uma luz “extra” para oferecer uma imagem perfeitamente visível. Essa luz é chamada backlight porque fica por trás do display, em uma das camadas internas do aparelho. E de onde ela vem? As LCDs comuns usam o sistema Cold Cathode Fluorescent Lamp (CCFL), ou seja, luzes fluorescentes. São tubos que estão sempre ligados e é inevitável que um pouco da luz acabe “vazando” para a frente da tela. É por isso que as LCDs convencionais têm dificuldade para exibir pretos profundos, o que significa um contraste menos acentuado.
As TVs de plasma, por sua vez, não apresentam esse problema. Como geram luz própria e não precisam da backlight, conseguem exibir um preto bem mais preto, resultando na melhor percepção do contraste e das cores. É por isso que, na hora de comprar um LCD, é preciso atentar para a taxa de contraste: quanto maior o número, maior a diferença entre a quantidade de branco e de preto máxima que o monitor pode exibir, o que resulta na distinção de mais cores.
No entanto, existe mais um detalhe: a taxa de contraste dinâmica. Consiste em diminuir o brilho da backlight de acordo com a imagem que está sendo exibida, para melhorar a taxa de contraste. O número dessa taxa é maior do que os valores de contraste estático e não devem ser comparados como se fossem equivalentes. Em resumo, o que deve ser levado em conta a rigor é o valor de contraste estático.
A tecnologia de luz através de LED surgiu para preencher essa lacuna nas LCDs. TVs com iluminação LED também usam o cristal líquido, mas a backlight vem de uma camada formada por milhares de pequenas luzes coloridas ao invés de um tubo fluorescente, o que permite a produção de aparelhos mais finos.
Os LEDs são diodos emissores de luz, ou, em inglês, Light Emitting Diode (de onde vem a sigla LED). São pequenas lâmpadas que se ajustam a um circuito elétrico, mas são diferentes das comuns por não esquentarem muito. Os LEDs são iluminados somente pelo movimento de elétrons em um material semicondutor e não através da queima de um filamento como nas lâmpadas incandescentes, por exemplo.
Ou seja, através de vários pontinhos coloridos de luz em uma camada interna da TV, ilumina-se a imagem da LCD, “simulando” a tecnologia das TVs de plasma. Dessa forma, não há vazamento de luz branca e, portanto, o nível de contraste das TVs com iluminação por LED é bem mais elevado.
Para se ter uma idéia, o contraste das melhores LCDs fica entre 20.000:1 e 50.000:1, enquanto na plasma, fica em torno de 1.000.000:1. Na LED, esse valor pode chegar até a 3.000.000:1.
É preciso ressaltar alguns cuidados em relação a esses números. Primeiro: nem todas as fabricantes divulgam a taxa de contraste estático, mas sim dinâmico. Como vimos antes, o contraste dinâmico tem valores maiores, mas trata-se de um “truque” do aparelho para adequar o brilho da backlight à imagem exibida. O contraste estático é o que deve ser levado em conta.
Além disso, estudos mostram que, para vídeos em preto e branco, a taxa de contraste mínima necessária para o olho perceber a imagem confortavelmente é de 2, enquanto taxas entre 5:1 e 7:1 são as essenciais para que o olho humano consiga perceber diferenças entre as cores. E as altas taxas dos equipamentos atuais?
É inegável que, quanto maior a taxa, mais preto será o preto, e não um “cinza escuro”. Porém, digamos que uma diferença entre 8.000:1 e 800:1 é, na prática, menor do que se imagina. O preto é sim mais profundo na primeira, mas a diferença só será realmente visível em um quarto completamente escuro, no qual não existe nenhuma outra fonte de luz que não seja a própria imagem .
Para um ambiente muito iluminado, o LCD é a melhor escolha, graças à sua backlight sempre acesa e constante. A plasma libera a luz somente nos níveis que a imagem requisita, portanto, emite menos luz. Em ambientes muito iluminados, a imagem pode ficar opaca e ter a visibilidade prejudicada. Já em ambientes controlados ou com pouca luz, a plasma se sai muito melhor, oferecendo maior contraste e melhores níveis de preto. Porém, o LCD é a opção ideal para quem quer usá-lo como monitor de PC. Isso porque a plasma é mais suscetível a retenções temporárias, enquanto o LCD trabalha melhor com a exibição de imagens estáticas por períodos prolongados. Mas o ângulo de visão do LCD é limitado: as cores variam de acordo com a posição do visualizador em relação à tela, o que não ocorre com os displays de plasma.
Finalmente, os televisores de plasma são muito mais sensíveis e têm custo de conserto mais elevado. O cuidado no manuseio deve ser rígido, de forma a não deitar o aparelho, por exemplo, para não desestabilizar o plasma interno. A incidência de problemas com aparelhos de plasma relaciona-se, em grande parte, com o descuido no manuseio e no transporte.
Com as novas TVs, as possibilidades de conexão se expandiram. Além do S-Video, cabo composto e cabo de vídeo componente, há outras conexões que, agora, já estão tomando o espaço das usadas antigamente.
RGB: É aquela entrada que existe nos monitores de computador, inclusive os CRTs, para encaixar o conector azul D-Sub de 15 pinos. Esses pinos são conectados a um cabo com fios que transmitem, de maneira independente, o vermelho (red), verde (green) e azul (blue), ou seja, RGB. Algumas TVs também vêm com essa entrada, que permite seu uso como monitor. Também é possível ligar um videogame através dessa conexão, desde que exista um cabo específico para o console com saída RGB.
Vale lembrar que o cabo RGB transmite somente vídeo. Para o áudio, é necessário um cabo à parte. Caso o aparelho conectado e o monitor ou TV suportem, com esse cabo é possível atingir altas resoluções, como 1920x1080 pixels. Porém, o sinal é analógico, ficando suscetível a interferências.
Embora o cabo permaneça sempre o mesmo, os sistemas podem ter diversos padrões VGA, que determinarão qual a máxima resolução e quantas cores o display conseguirá exibir. Para exemplificar, destaco aqui quatro deles:
1. VGA (Video Graphics Array): é o padrão mínimo para os PCs, com resoluções máximas variando entre 640x480 em 16 cores e 320x200 em 256 cores.
2. XGA (Extended Graphics Array): suporta até 1024x768 pixels com 256 cores.
3. SVGA / SXVGA (Super Video Graphics Array): pode exibir até 16 milhões de cores e a resolução varia de acordo com a dimensão diagonal da tela (polegadas): quanto maior, mais pixels podem ser exibidos, tanto na vertical quanto na horizontal. Pode chegar a 1600x1200 pixels.
4. UXGA (Ultra Extended Graphics Array): oferece resoluções maiores que 1600x1200 pixels e exibe mais de 16 milhões de cores .
DVI (Digital Visual Interface): a saída DVI transmite sinal digital, mas também refere-se somente ao vídeo. Ou seja, mais uma vez, para o áudio é necessário um cabo separado. Existem três tipos de conectores DVI:
1. DVI-A: é o cabo usado para levar um sinal DVI para um display analógico. Seu uso mais comum é a conexão de dispositivos VGA, já que os dois conectores trabalham com o mesmo sinal.
2. DVI-D: usado para conexões digitais diretas entre um dispositivo de vídeo e monitores. Graças à sua natureza totalmente digital, oferece qualidade de imagem superior ao DVI-A. Esse tipo de conexão elimina a necessidade da conversão do sinal analógico para o digital, para ser exibido em um monitor LCD. Portanto, não há perdas de qualidade na imagem decorrentes desse processo.
3. DVI-I: é um cabo integrado, mais versátil, já que é capaz de transmitir sinais tanto analógico-analógico quanto digital-digital. Vale lembrar que os formatos não são interconectáveis, ou seja, para conectar um dispositivo analógico a um sistema digital, por exemplo, é necessário um conversor VGA para DVI-D.
Primeiro: HDMI é uma marca, que estabelece regras para as fabricantes para que produzam seus cabos e, por sua vez, paguem royalties. Em termos técnicos, trata de uma interface digital capaz de transmitir áudio e vídeo totalmente digitais e sem compressão, através de um único cabo, eliminando a necessidade de conexões separadas para áudio e vídeo.
Em relação ao DVI, o HDMI apresenta mais semelhanças do que diferenças. A vantagem fica mesmo por conta da capacidade de transmitir áudio em múltiplos canais através do mesmo cabo usado para transmitir a imagem.
Outra vantagem do HDMI é a composição do cabo, muito melhor no que diz respeito ao isolamento de blindagem. Dependendo da fabricação do cabo, ele pode ter melhor ou pior blindagem, o que interferirá na quantidade de ruído e na qualidade da imagem.
Por isso, é importante ressaltar a relevância da qualidade dos componentes do cabo no momento da escolha: não basta somente optar pelo HDMI, mas sim pelo cabo com a melhor composição. Cabos com componentes de baixa qualidade podem trazer problemas, como a dificuldade de transmitir os dados em distâncias mais longas. Quanto maior o cabo, maiores serão as perdas, caso o cabo escolhido seja mal desenvolvido.
Desde 2002, o padrão passou por várias revisões, o que resultou em versões diferentes:
HDMI 1.0: é a primeira versão, com um taxa de transmissão de dados de 4,95 Gbps a uma frequência de 165 MHz. Transmite, via um único cabo, áudio e vídeo, sendo que é possível ter até oito canais de áudio;
HDMI 1.1: adiciona a compatibilidade com o padrão DVD-Audio.
HDMI 1.2: inclui suporte a formatos de áudio do tipo One Bit Audio, usados, por exemplo, em SACD (Super Audio CD). Adiciona o suporte à utilização do HDMI em PCs e a novos esquemas de cores.
HDMI 1.2a: traz como novidade a adoção das especificações Consumer Electronic Control (CEC).
HDMI 1.3: incrementa a frequência, chegando a até 340 MHz e permitindo transmissões de até 10,2 Gbps. Permite, ainda, a utilização de uma gama maior de cores e adiciona o suporte às tecnologias Dolby TrueHD e DTS-HD Master Audio. Essa versão também incrementou a sincronia entre áudio e vídeo (lip sync) e possibilitou o uso de um novo miniconector (HDMI tipo C - mini) em câmeras portáteis.
HDMI 1.4: a nova versão, anunciada em maio de 2009, introduz muitas novidades. Por enquanto, sua chegada ao mercado está condicionada ao lançamento de aparelhos que suportem as novas tecnologias. Entre as especificações do HDMI 1.4 estão:
Capacidade de exibir resoluções de até 4096x2160 pixels;
Padronização das entradas e saídas de sistemas domésticos para a reprodução de imagens 3D;
Compatibilidade com padrões de cores antes exclusivos de câmeras digitais;
Suporte a um canal de retorno de áudio 1.4, eliminando a necessidade de cabos extras;
Possibilidade de compartilhar o acesso às internet por todos os dispositivos interconectados que tenham a funcionalidade, via conexão Ethernet de até 100 Mbps;
Padronização para adequar a transmissão em veículos, diminuindo os problemas relativos às condições no interior do automóvel, como calor, vibração e ruídos.
Como foi visto, as versões HDMI dizem respeito a funcionalidades e não à qualidade. Para evitar a confusão, a organização HDMI determinou que os números das versões não devem mais ser estampados nas embalagens, em especial os cabos, já que algumas empresas usavam as versões como sinônimo de qualidade, o que não é verdade.
A percepção da imagem é algo muito pessoal. Para chegar ao sistema ideal, cada pessoa deve testar o que tiver disponível até chegar a algo que seja agradável aos seus olhos, o que não significa que outra pessoa terá a mesma opinião.
A qualidade do que se vê depende, crucialmente, da fonte da imagem. Ou seja, não adianta usar o televisor com maior resolução com o melhor cabo HDMI se a imagem não foi produzida com qualidade compatível. O upscaling, por exemplo, irá evitar ao máximo as perdas, mas não irá melhorar a resolução ou a qualidade da fonte.
Quanto aos cabos, tanto o VGA quanto o DVI e o HDMI podem atingir a resolução “full HD”, ou seja, 1080p (e até ultrapassá-la). O que irá definir a qualidade da imagem é a composição do cabo: quanto maior a qualidade dos seus componentes, melhor a imagem. Não é necessário o HDMI para atingir a maior resolução possível nos televisores atuais e até mesmo um cabo vídeo componente pode oferecer a qualidade desejada, desde que, na sua composição, sejam usadas matérias-primas de qualidade.
O televisor de tubo está se aposentando, dando lugar aos novos LCD, plasma e LED. Qual escolher? Mais uma vez, depende do olhar do usuário, do quanto está disposto a gastar e do seu ambiente, este último, outro aspecto muito importante que pode acabar passando despercebido.
A iluminação deve ser controlada, no caso de televisores de plasma, por exemplo. Além disso, deve-se tomar cuidado com janelas e fontes de luz que possam provocar reflexos indesejáveis no aparelho, graças ao seu painel de vidro. O LCD, por sua vez, normalmente é fosco e não sofre com reflexos e, graças à backlight sempre ativa, pode se sair bem em ambientes mais iluminados. Por outro lado, deixa a desejar nos níveis de preto e no contraste.
Por fim, a LED, por enquanto, só justifica os preços mais elevados pela espessura do aparelho, pela economia de energia e pelo melhor ângulo de visão em relação ao LCD. Devido à sua técnica de backlight, pode oferecer cores mais vivas e pretos mais intensos, porém, alguns usuários podem perceber uma imagem vívida demais, a ponto de parecer artificial.
Antes de comprar um aparelho, é importante ter em mente que muitas das denominações e dos números divulgados pelas empresas funcionam mais como estratégia de marketing do que como funcionalidades que refletirão, na prática, na melhora da percepção da imagem pelo consumidor.
Conteúdo em “Full HD” ainda é escasso e, por mais que os discos blu-ray sejam vendidos em 1080p, a produção da maioria dos filmes ainda não é feita em alta resolução, o que significa que é preciso um processo de escalonamento e aplicação de uma série de filtros para melhorar a imagem. Além disso, a transmissão de TV digital chega, no máximo, a 1080i, sendo que o padrão, o mais comum, é o de 720p. Os games da atual geração, da mesma forma, também estão, em sua maioria, na resolução de 720p. Pouquíssimos títulos vêm em 1080p nativos.
Via Adrenaline
7 de jun. de 2010
Tudo sobre alta definição
Postado por Huds
no dia
19:00
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